Abril Azul: mês de Conscientização do Autismo

Convidamos a professora do curso de Direito Gislaine do Rocio Rocha Simões da Silva, pesquisadora na área de mãe de dois filhos com TEA para falar sobre o tema.

No mês de Abril é comemorado o Mês da Conscientização do Autismo. Apesar do Dia Mundial de Conscientização do Autismo ser celebrado em 2 de Abril, a campanha Abril Azul busca trazer visibilidade para o tema durante todo o mês, como forma de mobilizar a sociedade sobre essa condição ainda pouco conhecida e discriminada por muitos.

O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por comprometimento na comunicação e interação social, pela existência de interesses restritos e comportamentos repetitivos, e é denominado espectro (Transtorno do Espectro Autista) porque os indivíduos apresentam variadas condições em diferentes níveis.

A professora Gislaine do Rocio Rocha Simões da Silva, do curso de Direito da UniSecal, é mãe de dois filhos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista. Theo, hoje com 5 anos de idade, diagnosticado com TEA com 1 ano e 7 meses, considerado autista nível 3. E Rafael, hoje com 9 anos, diagnosticado com TEA aos 3 anos, no nível 1, com características que, segundo a professora, se identificava como Síndrome de Asperger até o ano de 2013 (até DSM 5 – manual de diagnósticos).

Atualmente, o tema faz parte dos estudos e pesquisas da professora com o objetivo de atender a demanda de pessoas que precisam de orientação para buscar os direitos de pessoas que possuem TEA.

De acordo com Gislaine, falar sobre o Autismo é de grande importância para a inclusão das pessoas que estão no Espectro Autista e também para acabar com o preconceito que existe com esses indivíduos devido a falta de conhecimento.

Ela relata que é importante que a inclusão realizada pelas instituições não seja apenas de um mero acolhimento, mas sim fazer com que atuem de forma ativa nos espaços: “se a gente estiver falando de inclusão escolar, não simplesmente permitir a matrícula. Mas permitir que eles tenham adaptação curricular, de atividades, e até mesmo acompanhamento especializado, se assim for necessário. Se estivermos falando de inclusão no trabalho, que a gente não simplesmente contrate uma pessoa com TEA, mas que se tenha uma orientação específica, seja de uma equipe terapêutica, ou recepcionando profissionais que possam orientar os demais sobre aquela condição e como lidar com isso”.

Para Gislaine, a inclusão é fundamental para que diversos talentos, características e opiniões de um grande número de pessoas possam ser aproveitados para melhoria de toda a sociedade. “Esses indivíduos que possuem grandes potencialidades, e muitas vezes acabam ficando segregados sem terem espaços para sua atuação”.

Recentemente, a professora Gislaine também foi convidada para falar sobre o tema em uma Live no Facebook no portal A Rede, da cidade de Ponta Grossa. Segundo ela, a importância da entrevista é no sentido de ampliar o conhecimento para toda a comunidade.

“Precisamos levar o conhecimento para que haja uma maior compreensão sobre o Transtorno do Espectro Autista e tentar provocar quem tem em mãos alguma possibilidade de empreender medidas ou de realizar algum fomento a políticas públicas”, afirma.

Apaixonada pelo tema e pelos filhos, a professora finaliza comentando como as dificuldades – que não são pequenas – a motivam. “Pessoalmente também é gratificante saber que a existência dos meus filhos fez com que o nosso papel como pais se ampliasse. Eu percebo o quanto eles nos  exigem, mas por outro lado percebo como eles nos valoram e o quanto eles nos proporcionam como seres humanos.”