Como a educação se tornou o principal fator gerador da independência feminina

A importância da educação vai muito além de aprender a ler e escrever. A educação é imprescindível para o desenvolvimento não apenas da pessoa, mas de toda a sociedade, afinal o acesso à educação desenvolve o senso crítico, o exercício de direitos e deveres, oferece um mundo de conhecimento e novas possibilidades, tornando a pessoa mais independente.

Para as mulheres a educação é ainda mais importante: historicamente elas passaram por um processo de discriminação e muita luta para poder frequentar as salas de aula e terem o mesmo acesso ao conhecimento que os homens possuem há anos.

Mesmo assim, ainda em 2021 muitas crianças e jovens ainda não possuem o mesmo acesso à escola, principalmente nos países em desenvolvimento. O que estudos mostram é que é a educação uma das principais responsáveis pela independência das mulheres e o desenvolvimento da sociedade em que estão inseridas.

 

Educação nos países em desenvolvimento

O acesso à educação deveria ser oferecido para todas as pessoas, em todas as nações. Porém a realidade não é esta. Nos países em desenvolvimento, muitas crianças estão fora das escolas. O resultado é uma geração de adultos pouco instruídos, famílias pouco instruídas e filhos com pouco incentivo à educação.

Além disso, há discriminação entre o papel dos homens e das mulheres. Enquanto os filhos são enviados para as escolas, as filhas focam nas tarefas domésticas, engravidam cedo e tem a vida voltada à servidão. A falta de escolaridade, portanto, leva a um alto índice de natalidade e, ao mesmo tempo, de mortalidade feminina (principalmente por doenças ou no parto) e de mortalidade infantil. Será que esse cenário não seria diferente com a matrícula no ensino básico?

 

A educação salva!

Os países que investem em políticas públicas para o ensino de mulheres contribuem para uma grande mudança na vida delas. A educação básica pode salvar e mudar a situação, pois:

 

Contribui para o senso crítico

A educação é fundamental para o desenvolvimento de pensamentos críticos e da diferenciação do que é “certo” e do que é “errado”. Ler muito, frequentar aulas e escrever faz com que a criança absorva conhecimento sobre os mais variados assuntos, entendendo o que é ideal para a sua vida. Um bom ensino faz com que as mulheres decidam o que é melhor para elas em cada fase da sua vida, entendam o mundo e a sociedade ao seu redor e, a longo prazo, transmitam conhecimentos para os seus filhos.

 

Exercício de direitos

A cada ano que passa as mulheres adquirem novos direitos. Porém, sem o conhecimento sobre eles, esses direitos jamais serão exercidos. A cultura machista acha conveniente que as mulheres não tenham acesso à instrução, não conheçam os seus direitos e se tornem dependentes e submissas. A educação básica permite o entendimento do que é errado e do que é certo, do que ela pode ou não fazer e, principalmente, do que ela deveria poder fazer, mas ainda não pode por algum motivo.

 

Viver mais

Uma triste realidade dos países em desenvolvimento é a transmissão de doenças pela falta de conhecimentos básicos. As DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) são as que mais acometem mulheres nessa realidade, pois sem ir para a escola, elas iniciam a vida sexual mais cedo e sem a devida instrução e preparo. As meninas que vão à escola estudam o próprio corpo, conhecem as doenças e como se proteger delas e – sobretudo – tem a escolha de não começarem a formar famílias tão jovens.

Com a ida a escola, as mulheres possuem mais chances de conseguir um bom emprego e ganhar o próprio dinheiro. A educação é um dos primeiros passos para que as mulheres alcancem a independência, não apenas a financeira. A informação deve ser acessível para todos, pois faz muita diferença na vida de todos os membros da sociedade.