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Professor da Unisecal faz arrecadação para identificar brasileiro morto na Segunda Guerra

O professor do curso de Jornalismo da UniSecal, Helton Costa está com uma campanha de arrecadação de dinheiro para identificar o “Soldado Desconhecido”, único brasileiro morto na Segunda Guerra Mundial que ainda está enterrado na Itália.

O trabalho está sendo feito com o jornalista e escritor, Diego Antonelli e com o biólogo forense, Vincenzo Agostini, de Tortona/Itália. Essa é a segunda parte do projeto, que em primeiro momento buscou indícios bibliográficos e documentais que pudessem apontar a identidade do soldado.

Com essas pesquisas, apareceu o nome de Fredolino Chimango, soldado gaúcho que servia na 7ª Cia do III Batalhão, do 11º Regimento de Infantaria, quando desapareceu em combate. Nessa segunda fase, será feita uma comparação de DNA entre parentes de Chimango e os dados genéticos coletados na Itália. O dinheiro pagará os materiais de análise e o envio para a Europa. O valor é de aproximadamente R$ 2.800,00.

Para ajudar na vaquinha, basta doar qualquer valor pelo link: http://vaka.me/2111255 ou pelo PIX 042999111950 (Andressa Beló Costa).

Exame importante

Conforme Helton e Diego, mesmo que o soldado na Itália não seja o Fredolino Chimango, a coleta de material genético é importante, pois, além do Pracinha enterrado em solo estrangeiro, outros 11 soldados aguardam identificação, enterrados no Aterro do Flamengo, no Monumento aos mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro. Por isso, caso não se trate de Chimango, significa que ele já está no Brasil e o Governo Federal receberá os exames para fazer a identificação.

Já se for confirmado que realmente se trata de Chimango, a família é quem decidirá os próximos passos junto às autoridades responsáveis. “Acredito que conseguiremos o valor rapidamente, pois, não é possível que a sociedade vá abandonar um compatriota e deixá-lo sem identificação. Contamos com a solidariedade e o patriotismo do povo brasileiro”, afirma Helton.

Encontrado em terra estrangeira

Em 1967, 22 anos após o final da guerra, um morador de Montese/Itália, procurou o administrador do antigo Cemitério de Pistoia, Miguel Pereira e contou que quando mais jovem, durante o combate pela localidade, ele avistou um brasileiro morto e como passava por dificuldades financeiras, roubou o relógio, as botas e outros pertences do corpo, o enterrando entre escombros em seguida. Depois disso, fugiu.

Com a consciência pesada, foi procurar Miguel e mostrou o local onde estava o brasileiro. Os restos mortais foram encontrados, porém, sem identificação, foram mandados para Pistoia, onde até 1960 funcionou um cemitério brasileiro. Ali o Soldado Desconhecido repousa até os dias atuais, enquanto os outros colegas mortos na guerra foram transladados e enterrados no Rio de Janeiro.

Quem pode ser o soldado?

Pelo menos quatro fontes bibliográficas dão conta de que se trataria mesmo de Fredolino Chimango: o chefe do Estado–Maior da FEB, coronel Floriano de Lima Brayner; a pesquisadora curitibana Adriane Piovezan, no livro “Morrer na guerra: a sociedade diante da morte em combate” (2017); o 3º sargento da Bateria de Comando da Artilharia Divisionária da FEB, Waldir Merçon, no livro “A minha guerra” (1985) e o paranaense José Dequech, 2º sargento da Cia de Obuses do 11° Regimento de Infantaria, no livro “Nós estivemos lá” (1985).

Helton e Diego

Diego Antonelli é mestre em Jornalismo e autor dos livros “Em domínio russo” (2008), “Paraná: Uma História” (2016) e “Vindas: Memórias da Imigração” (2018). Já Helton, é coordenador do curso de Jornalismo da Unisecal, doutor em Comunicação e especialista em Arqueologia e Patrimônio, além de autor de “Confissões do front: soldados do Mato Grosso do Sul na II Guerra Mundial (2013), Crônicas de sangue: jornalistas brasileiros na II Guerra Mundial (2019) e “Dias de quartel e guerra: memórias do Pracinha Mário Novelli (2021). Helton dirigiu e Diego atuou na parte técnica e de revisão do documentário “V de Vitória: histórias brasileiras”, premiado em 2019 como o melhor trabalho sobre a FEB e melhor documentário, no ‘Militum 2019 – III Festival de Cinema de História Militar’. Juntos, os dois ainda tocam a página V de Vitória no Facebook (@vdevitoriabr). Helton mora em Ponta Grossa e Diego em Curitiba, ambas cidades paranaenses.